O cantinho da Manu Buffara

Quem gosta de gastronomia e curte sair para comer em lugares legais já deve ter ouvido falar na Manu Buffara, um dos grandes nomes da culinária curitibana. Adepta dos experimentos de Ferran Adriá, aplicados no seu restaurante conceito Manu, que confesso ainda não fui mas quero muito, a chef também tem uma segunda casa, o MB Brasserie, que antes era o 4sí Brasserie, também dela. Inaugurado no começo de junho, o lugar é charmoso, com cardápio enxuto, receitas elaboradas e preço muito honesto.manu

Por ser pequeno, é aconselhável fazer reserva. O atendimento é muito bom, garçons super atenciosos que sugerem pratos em destaque. Há boas opções de entrada para dividir, mas pulei essa parte e fui direto para o que interessa. Ogrinha que sou, não resisti e pedi um risotto de costela bovina com ervilha fresca e grana padano. Sim, imagino a cara de choque de vocês com essa combinação inusitada de risotto com costela, também fiquei boladíssima na hora, mas olha, valeu muito a pena. É extremamente saboroso, bem temperado, comida bem feita. Quando o prato chega na mesa parece pouco, mas não é. Homens vão adorar! É pesado na medida, gorduroso na medida, e delicioso sem limites.

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Minhas amigas foram mais delicadas e pediram um fagotini de ricota com molho de tomate rústico e “alguma coisa com camarão, não lembro do acompanhamento, só lembro que os camarões eram enormes e deliciosos”. Como não há muitas opções no cardápio, se você for lá e ver alguma coisa com camarões graúdos, peça. Há ainda outros destaques como o Steak Tartare com ovo de codorna, coxa de pato confitada com mandioquinha e hortelã e o creme de abóbora com ravióli de camarão. Dá pra notar que a Manu faz uma mescla de ingredientes regionais com técnicas mais modernas.

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Mas calma, na minha opinião o melhor ainda está por vir. Se a refeição foi aprovada até aqui, respire fundo, tome um gole de água e peça o doce de leite com queijo curado e bolacha. Sério. Sabe quando perguntam qual a última coisa que você gostaria de comer na vida? Então, acho que eu pediria isso. É comer e ir para o céu, encerrando a visita ao MB Brasserie com chave de ouro e gostinho de quero mais. Outros pontos positivos da casa são a carta de cervejas feita pela Carolina Oda e a carta de drinks by Márcio Silva. Claro que há uma carta de vinhos no local, mas eles também permitem que você leve seu vinho de casa. A taxa de rolha é $30. Entre os pratos, a faixa de preços é entre $40 e $50.

O MB Brasserie funciona de terça à sexta das 11h30 às 15h, e das 18h30 à 00h. Sábados e domingos das 12h à 00h.

MB Brasserie – Alameda Dom Pedro II, 333 – 3022.7333 – mbbrasserie.com.br

 

Jantar, piscina e terceira idade: uma combinação muito louca

A oitava edição do festival Restaurant Week acabou! Ahhhhh. Quem foi, foi, quem não foi, espera o próximo que deve acontecer no primeiro semestre de 2014, logo ali. Eu não fui em vários restaurantes, até mesmo porque tenho mais motivos contras do que pró evento, e também porque não sou rhyca ainda. Mas tenho mais uma bela história para vocês. Sábado fui jantar no Forneria Copacabana, um dos meus locais favoritos de Curitiba, e a noite não foi um grande sucesso.

A piscina da discórdia

A piscina da discórdia

O evento era um aniversário para muitas pessoas, mais ou menos umas 30. Nos acomodamos em uma das mesas lá embaixo, no deck externo, ao lado da piscina, que agora possui um chiquérrimo teto retrátil. Muito bem. Vale ressaltar que a média de idade dos convidados era de 50 anos para cima. Isso, eu era apenas um baby! Apesar de ser uma comemoração, todos fomos de menu do restaurant week.

Mas antes de começar a falar sobre os pratos e tudo mais, vamos explicar porquê piscina e terceira idade é uma combinação muito louca. De fato, há uma piscina no meio das mesas e não há nenhuma barra de proteção, nem placa avisando ‘sim eu sou uma piscina de verdade, rasa, mas sou, tenho água e você vai se molhar se chegar perto’. Pois um dos primeiros convidados, emocionado com o ambiente sofisticado foi, com os dois pés pra dentro da dita cuja. Bamboleou, mas não caiu. Bem menos trágico que a segunda vítima da noite, que apenas foi, em frente e avante sem medo de ser feliz e praticamente fez uma performance de nado sincronizado. Molhou-se inteira, molhou bolsa, documentos e inclusive o presente. Você deve estar rindo claro, sim, é algo engraçado. Mas te garanto que não é divertido passar o jantar inteiro com tudo molhado, tipo cachorro fugindo da chuva. A discussão que se levantou foi: o restaurante deve mudar e se adequar priorizando a segurança de seus convidados deixando de lado a decoração, a arquitetura e todo esse blábláblá?

O drama do camarão solitário

O drama do camarão solitário

Passada as apresentações do início, bastante marcantes, vamos ao que interessa: comida! De entrada, a maioria das pessoas da mesa foi de salada com camarão, obviamente, seduzidos pelo fruto do mar. Mas a decepção (que por mim já era esperada) aconteceu quando o mix de folhas veio acompanhado de UM, 01 camarão. Houveram sortudos com DOIS, 02 camarões. E que fique claro que o camarão da vida real é BEM menor que o camarão da foto bonita. Poxa, eu sei que camarão é caro, mas assim, ou coloca com gosto no prato ou nem oferece então. Inventa outra coisa. Mas um único camarãozinho é de fazer o cliente chorar. Talvez tivesse sido mais interessante pedir a outra entrada, carpaccio selado com crosta de ervas, que parecia bem apetitoso.

Nota 10 para o prato principal

Nota 10 para o prato principal

Tudo bem, passado o susto da ausência de camarões, pedimos o prato principal, que mais uma vez, foi unânime na mesa: mignon grelhado com molho de mostarda a l’ancienne e cogumelos servido com purê de batata salsa. E esse foi pura alegria. Mignon macio, claro, um molho saboroso, temperado e um suave purê de batata. E a quantidade era generosa, e isso vindo de uma italiana que, como esse blog diz, come demais! A outra opção me deixou bem curiosa, sorrentini de maçã servido com molho leve de queijo e presunto de Parma. Acredito que a combinação dos sabores doce e salgado deve ser bem surpreendente.

A perdição

A perdição

Mais felizes após o prato principal, era hora de saborear a sobremesa que, confesso, era o prato mais esperado pela minha pessoa, uma viciada assumida em brownie com sorvete. Pode falar o que quiser, que é basicão e tudo mais, mas para mim é uma das melhores sobremesas da vida! E essa não desapontou mesmo. Nossa, só de lembrar daquele sabor chocolate-amargo-te-quero-para-sempre do brownie eu fico com água na boca. Aos pobres mortais que pediram a outra opção, banana assada em forno a lenha servida com sorvete artesanal de canela e caramelo, só lamento.

Aos perdedores as bananas

Aos perdedores as bananas

Devo acrescentar aqui que depois que os pedidos foram tirados, lembrando que a mesa era grande mesmo e eu entendo a dificuldade de servir muita gente junta, as saladas até que vieram rápido, salvo um ou outro prato faltante. Agora, o prato principal demorou demais. Mais de meia hora, o que é inadmissível para um restaurante do porte do Forneria. Eu sei que temos que selar todos os mignons, um por um, e colocar o molho e montar o prato, mas o cliente não gosta de esperar. Depois o timing foi reestabelecido com a sobremesa. No final, minha nota para o cardápio é 7, isso porquê o brownie estava realmente muito bom, se não eu daria menos. E o atendimento deixou a desejar, assim como a estrutura do local que não está preparada para receber vovós e vovôs.

 Forneria Copacabana
Rua Itupava, 1155, Alto da XV