Há tempos eu queria conhecer e provar os pratos do restaurante japonês Kan. Além de ser um dos mais antigos da cidade, tem um dos melhores chefs orientais em Curitiba, Luciano Mitiharu Kawano. E realmente, era tudo aquilo que eu imaginava, até mais. Claro que as circunstâncias da minha ida ao local foram diferenciadas. Foi o nosso jantar de formatura do curso de Sommelier, com um menu especial, harmonizado pelo sommelier de lá, e meu amigo, que se formou agora também, Wagner Machado. Do início ao fim, tudo foi perfeito, uma combinação dos deuses entre peixe e vinho.
A gente (só) começou com carpaccio de salmão do alasca com ovas de caranguejo (massago black), harmonizado com Möet Chandon Brut e Taittinger Brut Reserve. Tipo, como descrever isso? Feche os olhos e pense em um por do sol em uma praia paradisíaca, uma brisa suave, uma música agradável, aquela sensação de ‘o mundo pode acabar nesse instante’. E isso foi só o começo.
Depois veio o cevice mais delicioso que já provei, acompanhado de um atum selado com gergelim e molho rosenberg e salmão selado com molho de maracujá dos deuses. Aqui nosso sommelier surpreendeu e harmonizou com uma cerveja Brooklyn Sorachi Ace, de Nova York. Quem imaginaria harmonizar um cevice com cerveja? Minha dica é: provem em casa e vejam que maravilha que fica. Mas tem que ser uma cerveja bacana, encorpada. Essa aqui é refermentada na garrafa com levedo de Champagne. Apenas.
Aí, quando já estávamos nas nuvens, o chef manda um combinado especial com sushis e sashimis variados, tudo feito com muito amor e carinho. A harmonização foi com um aromático e refrescante Sauvignon Blanc Casas Del Bosque Pequenas Produções, 2009, do Chile. Quem não conhece, recomendo e assino embaixo. Casou muito bem com o peixe cru.
Mas calma que ainda tem mais. Não sei como, mas ainda degustamos um Teppan Yaki de salmão com legumes, yakimeshi de frango e camarão. Obviamente eu não consegui comer tudo, porque era comida demais, mas estava delicioso. O salmão, numa textura perfeita. E aqui entra o melhor vinho da vida dos últimos tempos, o Glen Carlou Quartz Stone Chardonnay, 2011, da África do Sul.
Pera. Que ainda tem a sobremesa. Um brownie de chocolate com nozes e sorvete de creme. Fechando com chave de ouro com um Justino’s Madeira colheita 1997. O que falar depois de tudo isso? O que eu já disse em um post anterior, um jantar deixa de ser apenas um jantar quando é harmonizado cuidadosamente com os vinhos certos. Tudo melhora. O sabor da comida melhora. Os vinhos (e a cerveja) melhoram. A vida melhora. O humor melhora. A pele melhora. E por aí vai. O Kan, claro, não tem esse menu, mas todos os pratos estão no cardápio e podem ser pedidos no à la carte. Eles também oferecem sistema de rodízio e a divertida esteirinha, chamada de Kaiten. Vão lá! Além de lindo, a comida é impecável e o sommelier é nota 10!
Restaurante Kan – Avenida Getúlio Vargas, 3121, Água Verde, 30788000.